O conselho de administração do grupo francês de distribuição Carrefour se declarou favorável à fusão com a Companhia Brasileira de Distribuição (CBD) Pão de Açúcar, líder do setor no Brasil e que tem participação do grupo francês Casino, que rejeita a operação bilionária que pode ter a participação do BNDES. O Casino, um dos mais importantes acionistas da CBD, que precisa aprovar o negócio, não aceita a fusão. Na semana passada aumentou em 6,2% sua participação nesta empresa, da qual controla agora 43,1% das ações direta e indiretamente através da Wilkes, holding conjunta com a família Diniz.
O projeto, estimulado pela empresa brasileira Gama, prevê a fusão dos ativos brasileiros do Carrefour com os da CBD Pão de Açúcar para formar uma sociedade conjunta com partes iguais e uma participação da Gama no Carrefour. A operação permitiria uma sinergia estimada entre 600 e 800 milhões de euros em um ano (entre US$ 871 milhões e US$ 1,161 bilhão), segundo o Carrefour. A nova entidade teria um volume de negócios de 30 bilhões de euros em 2011.
"No caso de concretização da operação, o Carrefour aumentaria significativamente sua exposição no mercado de crescimento, que significaria um aumento de mais de 40% de suas vendas consolidadas no horizonte de 2013", afirma um comunicado da empresa. O texto explica, no entanto, que "a decisão do conselho de administração do Carrefour está condicionada à aprovação por parte da CBD da proposta da Gama e da aprovação final do conselho de administração do BNDES e de seu compromisso", já que o banco estatal brasileiro deve participar no financiamento da operação.
O BNDES poderia contribuir com R$ 4,5 bilhões (cerca de dois bilhões de euros) para uma eventual fusão entre Carrefour e Pão de Açúcar no Brasil. O Casino respondeu nesta mesma segunda-feira com um comunicado no qual afirma que o "Carrefour e seus administradores comprometem sua responsabilidade ao aceitar, apesar das advertências, uma operação iniciada de maneira hostil e levada adiante com negociações ilegais".
"Qualquer projeto que envolva o futuro da CBD, co-controlado pelo Casino, só pode acontecer respeitando o pacto de acionistas que vinculam o Grupo Casino e o Grupo Diniz, e (que) está condicionado à aprovação unânime do conselho de administração do Wilkes", recordou o Casino. Segundo o jornal econômico francês Les Echos, que cita a imprensa brasileira, o BNDES quer obter um consenso sobre o projeto. O avanço do Carrefour acontece pouco depois do Casino ter anunciado uma reorganização de sua estratégia na América Latina, que considera uma "região chave" para seu desenvolvimento internacional.
Entenda
O grupo francês Carrefour anunciou em 28 de junho ter recebido uma proposta de fusão de ativos no Brasil com os da Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), do grupo Pão de Açúcar. A operação precisa ser aprovada pelos acionistas dentro dos próximos 60 dias. O BNDESPar e o BTG Pactual foram os parceiros escolhidos por Abílio Diniz para tentar concretizar a união, em uma complexa operação para não ferir acordo de acionistas.
Diniz e Pão de Açúcar estavam impedidos de negociar diretamente com o Carrefour sem o consentimento do grupo Casino, que detém 43% da rede brasileira, devido a cláusulas do acordo de acionistas firmado em 2006. De qualquer forma, a união entre Pão de Açúcar e Carrefour no Brasil não sairá sem a aprovação do sócio francês. Pelos termos apresentados, a Gama e o BNDESPar formarão a Nova Pão de Açúcar (NPA). Após uma série de etapas, o Carrefour terá sua operação no Brasil incorporada pelo Pão de Açúcar.
A proposta envolvendo o Carrefour no Brasil surge depois que o Pão de Açúcar comprou nos últimos anos Ponto Frio e Casas Bahia, consolidando sua liderança no varejo do País. As duas aquisições ainda não passaram pelo crivo do órgão antitruste, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A proposta prevê que a aquisição das lojas do Carrefour no Brasil por meio da Gama, fundo de investimentos do BTG Pactual, vai ocorrer com investimento de 1,7 bilhão de euros do BNDESPar e de 300 milhões de euros pelo BTG Pactual, que também vai arcar com dívida de 500 milhões de euros da varejista francesa no Brasil. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também estuda participar da sociedade, com cerca de R$ 4,5 bilhões.
O projeto, estimulado pela empresa brasileira Gama, prevê a fusão dos ativos brasileiros do Carrefour com os da CBD Pão de Açúcar para formar uma sociedade conjunta com partes iguais e uma participação da Gama no Carrefour. A operação permitiria uma sinergia estimada entre 600 e 800 milhões de euros em um ano (entre US$ 871 milhões e US$ 1,161 bilhão), segundo o Carrefour. A nova entidade teria um volume de negócios de 30 bilhões de euros em 2011.
"No caso de concretização da operação, o Carrefour aumentaria significativamente sua exposição no mercado de crescimento, que significaria um aumento de mais de 40% de suas vendas consolidadas no horizonte de 2013", afirma um comunicado da empresa. O texto explica, no entanto, que "a decisão do conselho de administração do Carrefour está condicionada à aprovação por parte da CBD da proposta da Gama e da aprovação final do conselho de administração do BNDES e de seu compromisso", já que o banco estatal brasileiro deve participar no financiamento da operação.
O BNDES poderia contribuir com R$ 4,5 bilhões (cerca de dois bilhões de euros) para uma eventual fusão entre Carrefour e Pão de Açúcar no Brasil. O Casino respondeu nesta mesma segunda-feira com um comunicado no qual afirma que o "Carrefour e seus administradores comprometem sua responsabilidade ao aceitar, apesar das advertências, uma operação iniciada de maneira hostil e levada adiante com negociações ilegais".
"Qualquer projeto que envolva o futuro da CBD, co-controlado pelo Casino, só pode acontecer respeitando o pacto de acionistas que vinculam o Grupo Casino e o Grupo Diniz, e (que) está condicionado à aprovação unânime do conselho de administração do Wilkes", recordou o Casino. Segundo o jornal econômico francês Les Echos, que cita a imprensa brasileira, o BNDES quer obter um consenso sobre o projeto. O avanço do Carrefour acontece pouco depois do Casino ter anunciado uma reorganização de sua estratégia na América Latina, que considera uma "região chave" para seu desenvolvimento internacional.
Entenda
O grupo francês Carrefour anunciou em 28 de junho ter recebido uma proposta de fusão de ativos no Brasil com os da Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), do grupo Pão de Açúcar. A operação precisa ser aprovada pelos acionistas dentro dos próximos 60 dias. O BNDESPar e o BTG Pactual foram os parceiros escolhidos por Abílio Diniz para tentar concretizar a união, em uma complexa operação para não ferir acordo de acionistas.
Diniz e Pão de Açúcar estavam impedidos de negociar diretamente com o Carrefour sem o consentimento do grupo Casino, que detém 43% da rede brasileira, devido a cláusulas do acordo de acionistas firmado em 2006. De qualquer forma, a união entre Pão de Açúcar e Carrefour no Brasil não sairá sem a aprovação do sócio francês. Pelos termos apresentados, a Gama e o BNDESPar formarão a Nova Pão de Açúcar (NPA). Após uma série de etapas, o Carrefour terá sua operação no Brasil incorporada pelo Pão de Açúcar.
A proposta envolvendo o Carrefour no Brasil surge depois que o Pão de Açúcar comprou nos últimos anos Ponto Frio e Casas Bahia, consolidando sua liderança no varejo do País. As duas aquisições ainda não passaram pelo crivo do órgão antitruste, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A proposta prevê que a aquisição das lojas do Carrefour no Brasil por meio da Gama, fundo de investimentos do BTG Pactual, vai ocorrer com investimento de 1,7 bilhão de euros do BNDESPar e de 300 milhões de euros pelo BTG Pactual, que também vai arcar com dívida de 500 milhões de euros da varejista francesa no Brasil. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também estuda participar da sociedade, com cerca de R$ 4,5 bilhões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário