Existe um paradoxo na avaliação das políticas de saúde.Sua imagem, de forma geral, é negativa. Aliás, muito negativa. Mas a parte da população que se utiliza de seus programas e equipamentos tem deles uma opinião, na maior parte das vezes, positiva.
Não existe política pública mais inclusiva e de uso mais frequente. Brasil afora, nas pesquisas sobre utilização do sistema de saúde, constata-se que perto de 80% das pessoas têm algum tipo de contato com ele ao longo de um semestre. Seja para buscar atenção para si mesmos ou para integrantes de sua família, quatro em cada cinco brasileiros batem às suas portas regularmente (ou são contatados por ele).
A imagem desse imenso e complexo sistema é predominantemente ruim (ou péssima). Existem municípios que fogem à regra, onde é aprovado de maneira quase unânime.
Em alguns estados, os índices são melhores, às vezes em lugares inesperados, como o Acre, que tem os números mais positivos do país. Mas, no conjunto, a saúde é a área mais criticada.
É considerada, pela maioria da população, como “o principal problema do Brasil”. Em pesquisa de 2011, feita pela Vox Populi, alcança o dobro do segundo colocado, a segurança pública.
Com cerca de 40% das menções, tem, sozinha, o número a que chegam, somadas, segurança, educação e desemprego.
Não é surpresa que seja, portanto, a política mais mal avaliada do governo Dilma. Apenas 30% a aprovam, contra 67% de desaprovação, segundo dados do Ibope de setembro. Para um governo que recebe quase 80% de aprovação total, é uma nota dissonante.
Esses resultados refletem a média das opiniões da população. Incluem, portanto, as avaliações dos 80% que se utilizam dos serviços públicos de saúde e dos restantes 20%, que não são seus usuários.
Quando, no entanto, se pede a seus consumidores efetivos um julgamento mais pormenorizado, seja dos diferentes programas, seja do atendimento recebido em seus diversos níveis, o retrato muda.
Leia a íntegra em Avaliando a Política de Saúde
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