A palavra da moda entre os dirigentes, técnicos e jogadores de futebol é planejamento. Com o fim da temporada no Brasil, as atenções estão voltadas para o mercado da bola, quem esse ou aquele clube vai contratar, que treinador vai renovar seu vínculo e também os atletas que vão deixar suas agremiações. Mas, tudo passar pelo planejamento, que, na verdade, quer dizer: dinheiro. Recursos financeiros à disposição para ser investido na montagem de um elenco qualificado e, consequentemente, a disputa por títulos, que, além de engradecer a história do clube, trás mais investimentos, mais dinheiro e com isso, o planejamento mais sólido, sem precisar sofrer com atrasos de salários.
A expectativa financeira dos dirigentes alvinegros e americanos, para a próxima temporada, é de um investimento de R$ 10 milhões, juntos. Serão três competições disputadas: campeonato estadual, que se inicia em janeiro, Copa do Brasil, marcada para fevereiro e março e, no mês de maio, a série B do Brasileiro.
Mas, para que as finanças fiquem equilibradas durante todo o ano, o planejamento, de acordo com os dirigentes, é fundamental. Por isso, que o presidente do ABC já estipulou uma folha salarial para a disputa do campeonato estadual: R$ 350 mil. "Mas isso é apenas uma projeção que estamos fazendo. Estou viajando quase toda semana para cooptar patrocínios para o ABC, na tentativa de ter um bom aporte financeiro para a temporada 2012", disse Rubens Guilherme Dantas, mandatário alvinegro.
O América segue a linha do co-irmão e também planeja um campeonato estadual com a folha salarial mais baixa, para poder ter mais investimentos para a disputa da série B. "Nossa folha salarial para o campeonato potiguar deve girar entre R$ 250 e R$ 300 mil, para não comprometer nosso orçamento no restante da temporada. Não podemos fazer loucuras no disputa estadual e depois ficar passando por problemas", afirmou Paulinho Freire, dirigente que vai ser o responsável pelo departamento de futebol americano, na gestão do futuro presidente Alex Padang.
Mas, quem pensa que a folha salarial reduzida vai impedir na contratação de jogadores considerados caros, se engana. De acordo com Alex Padang, no América, não haverá teto salarial para jogador. "O que vai haver, é um limite para a nossa folha salarial. Se ficar estabelecido, R$ 250 mil, não iremos ultrapassar esse teto. Mas, isso não me impede de contratar um jogador que tenha um salário de R$ 50 mil. Os valores, vamos adequando dentro do nossa limitação financeira", revela Padang.
Para a disputa da série B, esses valores devem aumentar. A tendência é que sejam dobrados, para montar um time, minimamente, competitivo e que não entre na competição apenas para lutar contra o rebaixamento.
Neste ano, a folha salarial do ABC durante a segunda divisão do brasileiro, girava em torno de R$ 550 mil. A princípio, os dirigentes pretende aumentar esse teto. "Na série B, estamos prevendo montar um elenco, com cerca de R$ 650 mil por mês. Mas, tudo vai depender das receitas que vamos conseguir. Tudo isso é apenas planejamento, uma base que estamos tentando montar para a próxima temporada", previu Rubens Guilherme, do ABC. No América, para incrementar os recursos financeiros, a direção do clube está convocando os torcedores a apostarem na Timemania, para conseguir uma maior receita.
A cota da televisão que os clubes tem direito, uma parte já foi adiantada, tanto para ABC, quanto para o América. Fala-se em R$ 600 mil para cada time potiguar. "Nesse ano, o ABC recebeu cerca de R$ 1.600,00 milhão de direito de imagem. Ainda não sabemos quanto vamos receber na próxima temporada, mas, pelo que andam dizendo, pode ser que a quota seja maior", revelou Flávio Anselmo, vice-presidente de futebol do ABC.
Abismo aumenta
Apesar do considerável aumento nas cotas, a diferença entre o quinto para os demais escalões também será bem maior. Os clubes do primeiro escalão, Corinthians e Flamengo, receberão cerca de R$ 84 milhões cada. O segundo escalão, que conta com Palmeiras, Santos, São Paulo e Vasco, terá direito a aproximadamente R$ 75 milhões cada. O terceiro escalão conta Atlético-MG, Botafogo, Cruzeiro, Fluminense e Internacional. Estes clubes terão direito a quase R$ 55 milhões cada um. O quarto escalão receberá algo em torno de R$ 30 milhões, enquanto o quinto terá direito a R$ 18 milhões.
Outra diferença significativa entre o quinto escalão e os demais é que os clubes que recebem o "piso" farão contrato apenas de um ano. Os 18 clubes das faixas acima já fecharam um acordo de quatro anos e, mesmo que caiam à Série B, continuarão a receber uma porcentagem em cima dos valores fechados.
Cogita-se que se um destes 18 clubes caírem à Série B receberão 75% da cota. O valor será diminuído gradativamente se estes clubes não retornarem à elite nacional. Tal procedimento já era comum quando as cotas eram administradas pelo Clube dos 13 (C13).
Os times da série B, como ABC e América, devem receber algo em torno de R$ 2 milhões em 2012.
Clubes do interior encontram dificuldades com patrocínios
Se ABC e América, ainda dispõem de cerca de R$ 10 milhões para investir durante toda a temporada 2012, o mesmo não se pode dizer dos clubes do interior do Rio Grande do Norte. Por se tratar de times sazonais, os patrocínios são escassos e a ajuda das prefeituras são a maior fatia dos recursos disponíveis. É assim com os dois times de Mossoró, Potiguar e Baraúnas, que vão receber cerca de R$ 100 mil, cada, do poder municipal, para a disputa do campeonato potiguar. Em Santa Cruz, o time que leva o nome da cidade, atual vice campeão potiguar e que vai disputar a Copa do Brasil da próxima temporada, também depende de ajuda política para manter seus jogadores.
A média de folha salarial, dos clubes do interior do estado, gira em torno de R$ 50 mil. O recém-promovido para a elite do futebol potiguar, o Caicó Esporte Clube, campeão da segunda divisão, vai disputar a primeira divisão com uma folha salarial de R$ 40 mil, mesma quantia do tradicional Alecrim, que tenta quebrar um jejum de 26 sem conquistar um título estadual e também brigar pela vaga na série D do Brasileiro de 2012. "É muito difícil fazer futebol no Rio Grande do Norte. Os investimentos são poucos, quase nenhum empresário se dispõe em patrocinar um clube. Vamos fazer um time de acordo com o que tivermos de recursos. Sempre privilegiando só jovens valores do estado", disse Orlando Caldas, presidente do Alecrim.
O Coríntians de Caicó acertou a contratação de vários jogadores e do técnico Gaúcho, mas a folha salarial não foi divulgada pelo presidente do clube, Raimundo Lobão. O Palmeira de Goianinha e a equipe do ASSU, completam os times que vão disputar a primeira divisão estadual e todas, com exceção de alvinegros e americanos, vão ter que se desdobrar para levantar mais recursos.
Mas, às vezes, a folha salarial não é o suficiente para conquistar títulos. Na última década, quatro times de menor investimentos financeiros conseguiram superar ABC e América e se sagraram campeões estaduais. O Coríntians de Caicó foi campeão em 2001, derrotando o América. Em 2004, o Potiguar de Mossoró venceu os rubros e levantou a taça. Em 2006, decisão mossoroense, com o Baraúnas levando a melhor. E em 2009, foi a vez do ASSU.
júnior santosO América pretende investir cerca de R$ 250 mil, por mês, para tentar acabar com o jejum de oito anos sem conquistar o estadual
Enquanto Neymar, atacante do Santos, acertou, recentemente, um novo contrato com a equipe paulista e vai receber mais de R$ 2 milhões por mês e Ronaldinho Gaúcho, no Flamengo, recebe pouco mais de R$ 1 milhão, os clubes de menor poder aquisitivo, se desdobram para aumentar suas receitas e com isso, conseguir pagar os altos salários pedido pelos jogadores atualmente. Só para se ter uma ideia, o que o jogador santista vai receber em 2012, algo em torno de R$ 33 milhões, com salários e patrocínios, daria para honrar com as folhas salarias de ABC e América durante três anos, de acordo com o planejamento traçado pela direção dos times mais populares do Rio Grande do Norte.A expectativa financeira dos dirigentes alvinegros e americanos, para a próxima temporada, é de um investimento de R$ 10 milhões, juntos. Serão três competições disputadas: campeonato estadual, que se inicia em janeiro, Copa do Brasil, marcada para fevereiro e março e, no mês de maio, a série B do Brasileiro.
Mas, para que as finanças fiquem equilibradas durante todo o ano, o planejamento, de acordo com os dirigentes, é fundamental. Por isso, que o presidente do ABC já estipulou uma folha salarial para a disputa do campeonato estadual: R$ 350 mil. "Mas isso é apenas uma projeção que estamos fazendo. Estou viajando quase toda semana para cooptar patrocínios para o ABC, na tentativa de ter um bom aporte financeiro para a temporada 2012", disse Rubens Guilherme Dantas, mandatário alvinegro.
O América segue a linha do co-irmão e também planeja um campeonato estadual com a folha salarial mais baixa, para poder ter mais investimentos para a disputa da série B. "Nossa folha salarial para o campeonato potiguar deve girar entre R$ 250 e R$ 300 mil, para não comprometer nosso orçamento no restante da temporada. Não podemos fazer loucuras no disputa estadual e depois ficar passando por problemas", afirmou Paulinho Freire, dirigente que vai ser o responsável pelo departamento de futebol americano, na gestão do futuro presidente Alex Padang.
Mas, quem pensa que a folha salarial reduzida vai impedir na contratação de jogadores considerados caros, se engana. De acordo com Alex Padang, no América, não haverá teto salarial para jogador. "O que vai haver, é um limite para a nossa folha salarial. Se ficar estabelecido, R$ 250 mil, não iremos ultrapassar esse teto. Mas, isso não me impede de contratar um jogador que tenha um salário de R$ 50 mil. Os valores, vamos adequando dentro do nossa limitação financeira", revela Padang.
Para a disputa da série B, esses valores devem aumentar. A tendência é que sejam dobrados, para montar um time, minimamente, competitivo e que não entre na competição apenas para lutar contra o rebaixamento.
Neste ano, a folha salarial do ABC durante a segunda divisão do brasileiro, girava em torno de R$ 550 mil. A princípio, os dirigentes pretende aumentar esse teto. "Na série B, estamos prevendo montar um elenco, com cerca de R$ 650 mil por mês. Mas, tudo vai depender das receitas que vamos conseguir. Tudo isso é apenas planejamento, uma base que estamos tentando montar para a próxima temporada", previu Rubens Guilherme, do ABC. No América, para incrementar os recursos financeiros, a direção do clube está convocando os torcedores a apostarem na Timemania, para conseguir uma maior receita.
A cota da televisão que os clubes tem direito, uma parte já foi adiantada, tanto para ABC, quanto para o América. Fala-se em R$ 600 mil para cada time potiguar. "Nesse ano, o ABC recebeu cerca de R$ 1.600,00 milhão de direito de imagem. Ainda não sabemos quanto vamos receber na próxima temporada, mas, pelo que andam dizendo, pode ser que a quota seja maior", revelou Flávio Anselmo, vice-presidente de futebol do ABC.
Abismo aumenta
Apesar do considerável aumento nas cotas, a diferença entre o quinto para os demais escalões também será bem maior. Os clubes do primeiro escalão, Corinthians e Flamengo, receberão cerca de R$ 84 milhões cada. O segundo escalão, que conta com Palmeiras, Santos, São Paulo e Vasco, terá direito a aproximadamente R$ 75 milhões cada. O terceiro escalão conta Atlético-MG, Botafogo, Cruzeiro, Fluminense e Internacional. Estes clubes terão direito a quase R$ 55 milhões cada um. O quarto escalão receberá algo em torno de R$ 30 milhões, enquanto o quinto terá direito a R$ 18 milhões.
Outra diferença significativa entre o quinto escalão e os demais é que os clubes que recebem o "piso" farão contrato apenas de um ano. Os 18 clubes das faixas acima já fecharam um acordo de quatro anos e, mesmo que caiam à Série B, continuarão a receber uma porcentagem em cima dos valores fechados.
Cogita-se que se um destes 18 clubes caírem à Série B receberão 75% da cota. O valor será diminuído gradativamente se estes clubes não retornarem à elite nacional. Tal procedimento já era comum quando as cotas eram administradas pelo Clube dos 13 (C13).
Os times da série B, como ABC e América, devem receber algo em torno de R$ 2 milhões em 2012.
Clubes do interior encontram dificuldades com patrocínios
Se ABC e América, ainda dispõem de cerca de R$ 10 milhões para investir durante toda a temporada 2012, o mesmo não se pode dizer dos clubes do interior do Rio Grande do Norte. Por se tratar de times sazonais, os patrocínios são escassos e a ajuda das prefeituras são a maior fatia dos recursos disponíveis. É assim com os dois times de Mossoró, Potiguar e Baraúnas, que vão receber cerca de R$ 100 mil, cada, do poder municipal, para a disputa do campeonato potiguar. Em Santa Cruz, o time que leva o nome da cidade, atual vice campeão potiguar e que vai disputar a Copa do Brasil da próxima temporada, também depende de ajuda política para manter seus jogadores.
A média de folha salarial, dos clubes do interior do estado, gira em torno de R$ 50 mil. O recém-promovido para a elite do futebol potiguar, o Caicó Esporte Clube, campeão da segunda divisão, vai disputar a primeira divisão com uma folha salarial de R$ 40 mil, mesma quantia do tradicional Alecrim, que tenta quebrar um jejum de 26 sem conquistar um título estadual e também brigar pela vaga na série D do Brasileiro de 2012. "É muito difícil fazer futebol no Rio Grande do Norte. Os investimentos são poucos, quase nenhum empresário se dispõe em patrocinar um clube. Vamos fazer um time de acordo com o que tivermos de recursos. Sempre privilegiando só jovens valores do estado", disse Orlando Caldas, presidente do Alecrim.
O Coríntians de Caicó acertou a contratação de vários jogadores e do técnico Gaúcho, mas a folha salarial não foi divulgada pelo presidente do clube, Raimundo Lobão. O Palmeira de Goianinha e a equipe do ASSU, completam os times que vão disputar a primeira divisão estadual e todas, com exceção de alvinegros e americanos, vão ter que se desdobrar para levantar mais recursos.
Mas, às vezes, a folha salarial não é o suficiente para conquistar títulos. Na última década, quatro times de menor investimentos financeiros conseguiram superar ABC e América e se sagraram campeões estaduais. O Coríntians de Caicó foi campeão em 2001, derrotando o América. Em 2004, o Potiguar de Mossoró venceu os rubros e levantou a taça. Em 2006, decisão mossoroense, com o Baraúnas levando a melhor. E em 2009, foi a vez do ASSU.
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