sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Para salvar a ação na cracolândia



Uma escalada de erros que parece não ter fim compromete a ação que o governo estadual e a Prefeitura de São Paulo realizaram, há quase duas semanas, no centro da capital paulista, especificamente na região denominada cracolândia.

Inicialmente programada para reprimir o tráfico, a operação se mostrou exclusivamente uma intervenção contra os usuários de crack e com uso apenas de forças policiais.

Ficamos sabendo que a ordem para o início da operação foi dada pelo segundo escalão, sem o conhecimento do governador, Geraldo Alckmin, do prefeito Gilberto Kassab ou do comando da Polícia Militar.

Poucos dias depois, noticiou-se que a ação foi antecipada pelo receio de que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciasse medidas para enfrentar o problema antes dos gestores estaduais e municipais, ou seja, prevaleceu a lógica do “faturamento político”.

É por esse motivo que a ação foi deflagrada sem que estivesse pronto o centro de acolhimento aos usuários na região, com capacidade para 1.200 viciados. Um absurdo!

O Ministério Público de São Paulo abriu inquérito para apurar as irregularidades na ação, que classificou de “aparentemente desastrosa”, realizada “à base de cavalos, bombas de gás, balas de borracha, dor e sofrimento”. O saldo de combate ao tráfico foi a apreensão de meio quilo de crack pelos quase 300 policiais militares, 117 viaturas, 26motos, 40 cavalos, 12 cães farejadores e um helicóptero!

É claro que houve ineficiência e despreparo, marcas sempre presentes nos governos do PSDB, que há mais de 16 anos governa o Estado de São Paulo e não conseguiu sequer elaborar uma política de segurança que abarcasse o combate às drogas.

Leia a íntegra em Para salvar a ação na cracolândia



José Dirceu, 65, é advogado, ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT

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