
O governo fez muito bem em leiloar as concessões e atrair empresas privadas para gerir os aeroportos. Não sem tempo, já que a Infraero, em que pesem suas realizações, não conseguiu acompanhar os novos tempos. O resultado financeiro da empreitada foi muito bom e espera-se que os vencedores cumpram as cláusulas acordadas e ofereçam um bom serviço aos usuários.
Vencida a questão da necessidade, examinemos agora o debate político em torno do tema, que foi incorporado por setores da imprensa. Contudo, apesar dos aspectos relevantes da iniciativa, temos instalada uma discussão estéril e inútil.
Acusar o PT de seguir a receita do PSDB não é lá grande coisa. No mínimo, revela falta de imaginação e de profundidade. Privatizou-se e concedeu-se em todos os governos, desde o tempo de Sarney. E tais práticas foram intensificadas com Collor.
Itamar Franco, mesmo sendo contra o processo, deu prosseguimento a ele. FHC, como esperado, o aprofundou, e Lula, a seu modo, também deu continuidade. Vale lembrar que, na era FHC, Antonio Palocci, então prefeito de Ribeirão Preto, privatizou – sem o apoio do PSDB – a companhia telefônica do município.
Lula, apesar do discurso adotado, fez concessões de rodovias e de usinas hidrelétricas. Dilma, ao leiloar as concessões dos aeroportos, dá a resposta adequada à demanda de fazer crescer o investimento no setor a fim de aumentar sua eficiência.
As soluções de privatizar e de leiloar concessões não são novas. Estão integradas à paisagem de nossas políticas públicas há muito tempo. Daí ser meio ridículo gastar tanto tempo com o assunto, como se o governo do PT nunca tivesse promovido ações como esta.
Leia a íntegra em Conversa mole sobre a privatização
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