¶247 - A nova direita brasileira, saudosa do neoliberalismo, já tem seu guru. É o economista Rodrigo Constantino, que escreveu o livro "Privatize Já", é palestrante do Instituto Millenium, mantido pelos grupos Globo e Abril para doutrinar ideologicamente colunistas da grande imprensa, e escreve ainda artigos semanais para o jornal O Globo. Suas palestras, que podem ser encontradas no YouTube, revelam uma espécie de menino maluquinho da nova direita. Constantino consegue ser contra programas sociais, como o bolsa família, contra o corte de juros (ele trabalha no mercado financeiro, é claro) e contra a expansão do crédito para os mais pobres. A favor, apenas do Estado mínimo.
Agora, ele acaba de ganhar mais uma página no currículo. Na verdade, as suas primeiras páginas amarelas, com uma entrevista concedida ao jornalista Giuliano Guandalini, de Veja. Sob o título "Capitalistas brasileiros, uni-vos", anuncia-se o manifesto mercadista de Constantino. Eis, abaixo, algumas de suas ideias:
O serviço ruim das operadoras de telefonia não tem qualquer relação com a ganância empresarial
"Os impostos arrecadados pelo governo encarecem as tarifas e reduzem os investimentos. O sinal das chamadas é ruim porque faltam antenas, e o grande entrave para ampliar o número de antenas são os governos"
Sobre a venda da Petrobras
"Para privatizar a Petrobras, precisaríamos ter uma Margaret Thatcher, um estadista disposto a enfrentar grupos de interesse localizados (...) foi preciso que eu, um liberal convicto e crítico da social-democracia dos tucanos, saísse em defesa das privatizações (...) [com uma Petrobras privatizada] seriam reduzidas as ingerências políticas e manipulações, como o controle do preço da gasolina para evitar o impacto na inflação"
Sobre a ampliação do crédito
"Os bancos privados, temendo o aumento da inadimplência e o risco de perdas, reduziram o ritmo na liberação de financiamentos. Já os bancos públicos, por determinação do governo, estão injetando na economia uma volume crescente de empréstimos (...) os governos tendem a estimular a formação de bolhas"
Sobre a Embraer, criada pelo Estado
"Se o governo não tivesse criado a Embraer e a mantido por anos e anos, mesmo dando prejuízo, talvez os recursos pudessem ser usados de maneira mais produtiva pela iniciativa privada"
Sobre os programas sociais
"Sinceramente, acredito que o estado contribui mais para concentrar a riqueza do que para distribuí-la (...) o liberalismo é o maior aliado dos pobres, porque ele incita a concorrência o oferece igualdade de oportunidades""
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