Enviado por Ailton Medeiros
Ele foi um dos fundadores do PT (tentou ser candidato ao senado pelo RN) e levou Lula, seu amigo, ao Gallery, reduto do paulistanos bacanas, para tomar champanhe. Trata-se de Jeff Thomas, colunista social, potiguar de Mossoró, e amigo do príncipe Charles.
Autor de vários livros, Thomas falou com exclusividade ao Seja Dita Verdade sobre sua decisão de enfrentar o jornalista Merval Pereira, das Organizações Globo, na disputa por mais uma vaga na casa de Machado de Assis.
Sobre a Taba, Thomas foi impiedoso:
“Lula queria que eu fosse candidato ao senado em 1982, enfrentando as oligarquias lamentáveis de Agripino Maia e de Aluisio Alves. Minha plataforma era objetiva: ensino do inglês nas escolas públicas, adoção daquele idioma como segunda língua em todo o Brasil, adesão de nosso país ao Commonwealth, a comunidade dos países do Reino Unido. O Lula, surpreendentemente, me disse: “Olha, companheiro, não perdendo a soberania, acho tudo isso ótimo. Toca adiante!” Desembarquei em Natal e senti a ausência do fog londrino, achei o calor horrível, não consegui entender o sotaque das pessoas, elas olhavam o meu terno risca-de-giz com o indefectível cravo vermelho na lapela, os meus chapéus Gelot ou Panamá e o meu guarda-chuva com cabo de castão de prata que Lord Montbatten me presenteou na velha Albion em 1967, e arregalavam os olhos como se estivessem diante de um ET. Desembarcava no teco-teco nas pistas de pouso empoeiradas do interior miserável e multidões me esperavam. Mas eu não sou bobo como o Merval: não estavam ali para votar em mim, estavam lá por terem ouvido que havia chegado de Londres um amigo da rainha com a mala cheia de libras para comprar votos. O que, é claro, era uma mentira terrível. Deixei aquela terra calcinada e aquele povo sofrido, mas interesseiro, nas mãos insaciáveis dos Alves e dos Maia e fui tomar meu gin tônica no Annabel’s em Londres, que é o meu lugar”.
Seguem trechos da entrevista:
O que motiva sua candidatura à Academia contra o poderoso colunista de O Globo e da Globo News?
Jeff Thomas – Em primeiro lugar o sagrado sentimento de indignação. Desgraçado daquele que perde a capacidade de se indignar diante da infâmia e da canalhice. Em segundo lugar, minha biografia. Jamais rastejei para os poderosos, jamais coloquei a mão em um centavo do dinheiro público, jamais prestei vassalagem aos Marinho, jamais compactuei com a ditadura militar que infelicitou esse país depois do golpe de 64. Fui amigo pessoal do grande presidente Jango que me nomeou para o Itamaraty, para servir em importante legação diplomática, em Hong Kong, justamente na área econômica, de atração de investimentos para o Brasil. Foi desalojado de meu posto pelos milicos gorilas em 64. Eu, sim, sou jornalista! Eu, sim, tenho muitos livros publicados! Eu, sim, vendi milhares de exemplares nas livrarias desse país sem o apoio da máquina da Globo!
Sua candidatura, portanto, é uma candidatura de protesto?
- Minha candidatura é a candidatura de um profissional das letras, de um escritor, de um verdadeiro jornalista, de um cultor de dois idiomas, o de Machado e o de Shakespeare, os dois maiores escritores de todos os tempos. A candidatura do senhor Merval Pereira é a candidatura de um empregado da família Marinho no que de pior isso possa representar. Que títulos têm? Que qualidades nos apresenta? Sua obsessão em caluniar um presidente que tirou 30 milhões de brasileiros da miséria e os levou para a classe média de consumo? Escreveu um livro mais grosso que a Biblía e o Alcorão juntos para esculhambar o Lula e agradar os três meninos Marinho e acha que isso é passaporte para vestir o fardão! Coitadinho!
Não acredita ser legítima ou válida a candidatura de Merval Pereira à Academia Brasileira de Letras apenas por ser de O Globo e por ser de oposição a Lula e ao PT?
Jeff Thomas – Meu querido, não é isso, não! Ele tem o direito de ser candidato até a síndico do prédio dele lá no Méier. Eu já fui candidato várias vezes concorrendo com laureados escritores por vagas na Academia. Sabe quem me incentivava? Meu saudosíssimo e querido amigo Austregésilo de Athayde, que inclusive me deu a honra de prefaciar vários de meus livros, assim como o inesquecível Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, outro amigo a quem recordo com muitas saudades.
Tem feito contatos e recebidos incentivos de outros imortais? Já tem votos garantidos?
Jeff Thomas – Há muita falsidade, muitos pusilânimes. Mas, em relação ao Merval, não a mim. Tenho sido muito bem recebido e muito incentivado. Recebo telefonemas, alguns tarde da noite, em plena madrugada. Vou toda semana lá na sede da Academia tomar o meu chá. Sempre me tratam como se fora um imortal sem fardão. Falam no meu ouvido: “Vai Jeff, enfrenta esse cara, ele é um chato! Deus nos livre dele aqui!”. Ninguém quer brigar com um bedel dos Marinho, com um xeleléu de O Globo. Mas, pelas costas, como na cena imortalizada por Shakespeare em sua obra sensacional, o apunhalam e me prometem votos, pois “Merval é um jornalista honrado”… Sei que conto com a torcida secreta do poderoso jornalista Ali Kamel, que é quem manda lá na Globo e detesta o Merval. O Merval quer ser da Academia para não ser demitido pelo Ali Kamel, mais dia menos dia, que é o que vai acontecer. Nesse caso, o fardão seria uma espécie de “blindagem”, quáquáquá!!!
Você continua petista?
Jeff Thomas – Não. Fundei o PT. Fui ao ABC e levei meu amigo Lula ao Gallery para tomar champanhe. A primeira vez que o Lula tomou champanhe, que entrou num restaurante fino, que conheceu a burguesia, que foi recebido pela classe dirigente, foi pelas minhas mãos. Quem pagou a conta foi o inesquecível Adolfo Bloch, da Manchete, onde eu trabalhava na época. Lula se comportou com muita educação e personalidade, defendeu seus pontos de vista e respeitou as pessoas da burguesia presentes naquele templo da elegância no fim dos anos 70.
Autor de vários livros, Thomas falou com exclusividade ao Seja Dita Verdade sobre sua decisão de enfrentar o jornalista Merval Pereira, das Organizações Globo, na disputa por mais uma vaga na casa de Machado de Assis.
Sobre a Taba, Thomas foi impiedoso:
“Lula queria que eu fosse candidato ao senado em 1982, enfrentando as oligarquias lamentáveis de Agripino Maia e de Aluisio Alves. Minha plataforma era objetiva: ensino do inglês nas escolas públicas, adoção daquele idioma como segunda língua em todo o Brasil, adesão de nosso país ao Commonwealth, a comunidade dos países do Reino Unido. O Lula, surpreendentemente, me disse: “Olha, companheiro, não perdendo a soberania, acho tudo isso ótimo. Toca adiante!” Desembarquei em Natal e senti a ausência do fog londrino, achei o calor horrível, não consegui entender o sotaque das pessoas, elas olhavam o meu terno risca-de-giz com o indefectível cravo vermelho na lapela, os meus chapéus Gelot ou Panamá e o meu guarda-chuva com cabo de castão de prata que Lord Montbatten me presenteou na velha Albion em 1967, e arregalavam os olhos como se estivessem diante de um ET. Desembarcava no teco-teco nas pistas de pouso empoeiradas do interior miserável e multidões me esperavam. Mas eu não sou bobo como o Merval: não estavam ali para votar em mim, estavam lá por terem ouvido que havia chegado de Londres um amigo da rainha com a mala cheia de libras para comprar votos. O que, é claro, era uma mentira terrível. Deixei aquela terra calcinada e aquele povo sofrido, mas interesseiro, nas mãos insaciáveis dos Alves e dos Maia e fui tomar meu gin tônica no Annabel’s em Londres, que é o meu lugar”.
Seguem trechos da entrevista:
O que motiva sua candidatura à Academia contra o poderoso colunista de O Globo e da Globo News?
Jeff Thomas – Em primeiro lugar o sagrado sentimento de indignação. Desgraçado daquele que perde a capacidade de se indignar diante da infâmia e da canalhice. Em segundo lugar, minha biografia. Jamais rastejei para os poderosos, jamais coloquei a mão em um centavo do dinheiro público, jamais prestei vassalagem aos Marinho, jamais compactuei com a ditadura militar que infelicitou esse país depois do golpe de 64. Fui amigo pessoal do grande presidente Jango que me nomeou para o Itamaraty, para servir em importante legação diplomática, em Hong Kong, justamente na área econômica, de atração de investimentos para o Brasil. Foi desalojado de meu posto pelos milicos gorilas em 64. Eu, sim, sou jornalista! Eu, sim, tenho muitos livros publicados! Eu, sim, vendi milhares de exemplares nas livrarias desse país sem o apoio da máquina da Globo!
Sua candidatura, portanto, é uma candidatura de protesto?
- Minha candidatura é a candidatura de um profissional das letras, de um escritor, de um verdadeiro jornalista, de um cultor de dois idiomas, o de Machado e o de Shakespeare, os dois maiores escritores de todos os tempos. A candidatura do senhor Merval Pereira é a candidatura de um empregado da família Marinho no que de pior isso possa representar. Que títulos têm? Que qualidades nos apresenta? Sua obsessão em caluniar um presidente que tirou 30 milhões de brasileiros da miséria e os levou para a classe média de consumo? Escreveu um livro mais grosso que a Biblía e o Alcorão juntos para esculhambar o Lula e agradar os três meninos Marinho e acha que isso é passaporte para vestir o fardão! Coitadinho!
Não acredita ser legítima ou válida a candidatura de Merval Pereira à Academia Brasileira de Letras apenas por ser de O Globo e por ser de oposição a Lula e ao PT?
Jeff Thomas – Meu querido, não é isso, não! Ele tem o direito de ser candidato até a síndico do prédio dele lá no Méier. Eu já fui candidato várias vezes concorrendo com laureados escritores por vagas na Academia. Sabe quem me incentivava? Meu saudosíssimo e querido amigo Austregésilo de Athayde, que inclusive me deu a honra de prefaciar vários de meus livros, assim como o inesquecível Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, outro amigo a quem recordo com muitas saudades.
Tem feito contatos e recebidos incentivos de outros imortais? Já tem votos garantidos?
Jeff Thomas – Há muita falsidade, muitos pusilânimes. Mas, em relação ao Merval, não a mim. Tenho sido muito bem recebido e muito incentivado. Recebo telefonemas, alguns tarde da noite, em plena madrugada. Vou toda semana lá na sede da Academia tomar o meu chá. Sempre me tratam como se fora um imortal sem fardão. Falam no meu ouvido: “Vai Jeff, enfrenta esse cara, ele é um chato! Deus nos livre dele aqui!”. Ninguém quer brigar com um bedel dos Marinho, com um xeleléu de O Globo. Mas, pelas costas, como na cena imortalizada por Shakespeare em sua obra sensacional, o apunhalam e me prometem votos, pois “Merval é um jornalista honrado”… Sei que conto com a torcida secreta do poderoso jornalista Ali Kamel, que é quem manda lá na Globo e detesta o Merval. O Merval quer ser da Academia para não ser demitido pelo Ali Kamel, mais dia menos dia, que é o que vai acontecer. Nesse caso, o fardão seria uma espécie de “blindagem”, quáquáquá!!!
Você continua petista?
Jeff Thomas – Não. Fundei o PT. Fui ao ABC e levei meu amigo Lula ao Gallery para tomar champanhe. A primeira vez que o Lula tomou champanhe, que entrou num restaurante fino, que conheceu a burguesia, que foi recebido pela classe dirigente, foi pelas minhas mãos. Quem pagou a conta foi o inesquecível Adolfo Bloch, da Manchete, onde eu trabalhava na época. Lula se comportou com muita educação e personalidade, defendeu seus pontos de vista e respeitou as pessoas da burguesia presentes naquele templo da elegância no fim dos anos 70.
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