Pedidos de clientes incluem sobrevoo de helicóptero aos imóveis à venda.
Casa à venda na QL 10 do Lago Sul por R$
13 milhões (Foto: Divulgação)
No Lago Sul, região nobre da capital federal, uma fatia especial do mercado imobiliário movimenta milhões de reais a cada negócio fechado. No local, onde moram políticos do alto escalão nacional e donos de grandes empresas, as mansões são vendidas por valores que variam entre R$ 8 milhões e R$ 17 milhões.13 milhões (Foto: Divulgação)
Os clientes desse segmento do mercado são exigentes – já houve pedido de um, por exemplo, para fazer um sobrevoo de helicóptero sobre a propriedade em negociação, prontamente atendido pela imobiliária.
Também não há economia com “detalhes” dos imóveis; há casas em que o piso custa US$ 1,5 mil o metro quadrado, o equivalente a R$ 2,4 mil pela cotação do dólar desta terça-feira (12) – caso de uma mansão à venda por R$ 10 milhões no Lago Sul.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato de Habitação do DF (Secovi), Ovídio Maia, o mercado de luxo da capital federal está entre os três mais caros do país, ultrapassando endereços reconhecidos nacionalmente pelo status e alto preços.
“Em termos de mercado de luxo, temos o terceiro metro quadrado mais caro do país, atrás de Ipanema e da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. Essa fatia de mercado de Brasília já ultrapassa o bairro dos Jardins, em São Paulo”, indica Maia.
Entre os compradores de imóveis nessa faixa de preço estão as embaixadas. Países africanos costumam se interessar pela suntuosidade, ajudando a manter preços altos, diz o empresário Daniel Dall’Oca, dono de uma imobiliária especializada em imóveis de alto padrão.
“As embaixadas acabam inflacionando os preços. É mais fácil para um país pagar R$ 10 milhões em um imóvel do que uma pessoa física.” Na sua carteira de clientes, ele tem políticos com mandato, ex-governantes e empresários de Brasília e São Paulo.
Um dos destaques da imobiliária é uma casa da QL 10 do Lago Sul, com 990 m² de área construída, anunciada por R$ 13 milhões. O imóvel, vizinho ao Lago Paranoá, tem área verde de aproximadamente 8.000 m².
Um enorme hall de entrada, com pé direito alto, é o cartão de visitas da mansão, que conta ainda com cinco suítes, escritório, home-theater, salão de jogos, academia, churrasqueira, piscina, garagem coberta, dois quartos para empregadas e um para motorista.
Casa à venda na QL 8 do Lago Sul por
R$ 10 milhões (Fotos: Divulgação)
Entre os detalhes de requinte estão ar-condicionado em todos os ambientes, elevador, aquecimento solar, sistema de irrigação no jardim, sistema de alarme com sensor de presença ao longo de todo o terreno e deck para embarcações e lazer no lago.R$ 10 milhões (Fotos: Divulgação)
Na casa de R$ 10 milhões da QL 8 à venda pela empresa, o projeto arquitetônico moderno é o que mais chama atenção. O imóvel tem 1.200 m² de área construída e cerca de 3.000 m² de área verde.
São cinco suítes, entre elas a máster, com uma extensa varanda com vista para o jardim, dois closets, dois banheiros, minicopa e rouparia. O imóvel conta ainda com sala de jantar, copa, cozinha, home-theater e academia integrada com amplas varandas, sauna, banheiro masculino e feminino. Piscina e churrasqueira também fazem parte da área de lazer.
O imóvel possui ar-condicionado em todos os ambientes, elevador, sistema de alarme, aquecimento solar, sistema de irrigação para o jardim e área de desembarque para visitantes. Um detalhe que dá a dimensão do requinte do acabamento: o piso colocado na casa custa US$ 1,6 mil o metro quadrado.
Para atuar num setor que movimenta tantos zeros, Dall’Oca conta que estratégia de divulgação é diferenciada, sem muita publicidade. “Em alguns casos, a imobiliária vai até os possíveis clientes e faz a oferta. A nossa rede social é fundamental para o negócio”, afirma o empresário.
Atender a pedidos especiais também está dentro do roteiro da imobiliária. “Um cliente já pediu para sobrevoarmos um terreno de helicóptero. Nós fizemos. Também é comum eu viajar a São Paulo apenas para que clientes possam assinar contratos”, disse.
Segundo ele, duas coisas contam muito na hora de calcular o valor dos imóveis de alto padrão: a localização e os itens de acabamento de luxo. Morar numa ponta de picolé, como são chamados os terrenos que têm o Lago Paranoá como vizinho, é sinônimo de prestígio.
Mapa da prestigiada Península dos Ministros
(Foto: Reprodução)
Se a ponta de picolé for na QL 12, também conhecida como Península dos Ministros, esse prestígio aumenta tanto quanto o valor do imóvel. A propriedade mais cara atualmente em negociação na Ação Dall’Oca é uma ponta de picolé nessa quadra. Para vender o terreno de 6 mil metros quadrados com acesso ao lago, casa construída há mais de 20 anos e precisando de reforma, a dona pede R$ 17 milhões.(Foto: Reprodução)
Na QL 12, que tem guarita de entrada e é vizinha a uma das pontes que dá acesso ao Lago Sul, os aluguéis podem alcançar R$ 65 mil ao mês. Com posições semelhantes e sem qualquer construção, terrenos negociados por R$ 1,8 milhão em outras quadras do Lago Sul chegam a R$ 4,2 milhões na QL 12. Com pouca oferta tanto para aluguel quanto para compra, a Península dos Ministros é sinônimo de status.
A Península dos Ministros tem 209 casas construídas e a vizinhança inclui nomes como Nenê Constantino, fundador da empresa de aviação GOL, o senador Renan Calheiros, os presidentes da Câmara e do Senado e grandes empresários. (Fotos: Rafaela Céo/G1)
O local tem 209 casas construídas e a vizinhança inclui nomes como Nenê Constantino, fundador da empresa de aviação Gol, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), os presidentes da Câmara, Marco Maia (PT-RS) e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e grandes empresários.Imóvel recém-vendido pelo valor de R$ 4 milhões, no Setor de Mansões Dom Bosco, tem cinco suítes
e quatro salas. Na área de lazer, hidromassagem, playground, churrasqueira, piscina, salão de festa e
sauna. (Foto: Divulgação)
e quatro salas. Na área de lazer, hidromassagem, playground, churrasqueira, piscina, salão de festa e
sauna. (Foto: Divulgação)
Apartamentos
De um lado, apartamentos de dois e três quartos com o metro quadrado saindo por cerca de R$ 3 mil. Do outro, o metro quadrado, para o mesmo tipo de imóvel, passando dos R$ 8 mil. A disparidade indicada pelos dados do Sindicato da Habitação do DF (Secovi) é o retrato do mercado imobiliário do Distrito Federal.
A distância física que separa essas realidades é pequena. De Brasília, onde os imóveis de dois quartos custam em média R$ 570 mil, para o Gama, onde o mesmo tipo de apartamento é vendido por cerca de R$ 170 mil – uma diferença de 235% –, são apenas 30 quilômetros.
Os preços são parecidos quando comparado um imóvel do mesmo padrão entre o Plano Piloto e o Núcleo Bandeirante, a 13 quilômetros do centro da capital. No Núcleo, um apartamento de dois quartos custa em média R$ 173 mil, segundo levantamento realizado pela Econsult Consultoria Econômica para o Secovi-DF.
No Plano Piloto, o metro quadrado dos apartamentos de quatro dormitórios custa a partir de R$ 7 mil. Na Asa Sul e Sudoeste são encontrados os maiores preços: R$ 10.488 e R$ 9.324, respectivamente.
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