quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Premiê grego diz que referendo deve acontecer em dezembro

Grécia precisa decidir se quer ficar ou não na zona do euro, diz Sarkozy.

País não receberá ajuda financeira enquanto não cumprir compromissos.

Do G1, com agência internacionais

O primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreu, disse que o referendo sobre o plano de resgate de seu país deve acontecer nos dias 4 ou 5 de dezembro, afirmou nesta quarta-feira (2) o presidente francês, Nicolas Sarkozy, após uma reunião de emergência em Cannes, que antecede a reunião do G20.

Durante a reunião, Sarkozy e a chanceler alemã, Angela Merkel, pediram ao primeiro-ministro grego que o referendo se celebre o "quanto antes" e deram um ultimato à Grécia para que o país decida se fica ou se deixa azona do euro. Segundo Papandreu, o referendo pode ser organizado no prazo de um mês.

Sarkozy e Merkel concedem entrevista após encontro com primeiro-ministro grego (Foto: Reuters)
Sarkozy e Merkel concedem entrevista após encontro com primeiro-ministro grego
(Foto: Reuters)
 
Sarkozy e Merkel anunciaram também que a próxima parcela de oito bilhões de euros do pacote de ajuda à Grécia não será liberada até a realização do referendo e até que se coloque um ponto final nas incertezas e concorde em cumprir seus compromissos com a zona do euro.

Atenas receberia neste mês uma parcela de 8 bilhões de euros, parte do empréstimo de 110 bilhões de euros de resgate acordado por seus parceiros da UE e pelo FMI no ano passado.

"Se as regras de jogo não forem aceitas, nem a União Europeia nem o FMI vão entregar mais nenhum centavo à Grécia", afirmou Sarkozy. "Nossos amigos gregos devem decidir se querem continuar a jornada conosco", acrescentou.

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, também afirmou que a continuidade do empréstimo à Grécia está vinculada ao resultado do referendo. "Quando for realizado o referendo, e se forem tiradas todas as incertezas, farei uma recomendação ao conselho de administração do FMI sobre o sexto lote de ajuda para sustentar o programa econômico da Grécia", disse Lagarde, em um comunicado.



Permanência na zona do euro

Segundo Sarkozy, caso a Grécia queira continuar na zona do euro, "precisa respeitar as regras".
A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou na mesma entrevista que a Alemanha quer estabilizar a zona do euro com a Grécia como país membro, mas que estabilizar o euro era mais importante do que ajudar a socorrer a Grécia.

Papandreu afirmou, após a reunião, que a consulta popular justamente da continuidade ou não da adesão da Grécia à zona do euro. Ele afirmou, porém, que acredita que os gregos queiram permanecer. "Somos parte da zona do euro e estamos orgulhosos de fazer parte da zona do euro", disse "Fazer parte da zona do euro significa ter muitos direitos e também obrigações. Podemos cumprir essas obrigações", acrescentou. "Acredito que há um amplo consenso entre o povo grego e é por isso que eu quero que o povo grego fale", completou.

primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreu (Foto: AP)
Premiê grego voltou a defender referendo (Foto: AP)
 
O pacote de austeridade fechado com a União Europeia prevê a redução de 50% da dívida grega. O premiê grego incomodou os parceiros europeus e assustou os mercados financeiros ao anunciar, na segunda-feira, que convocaria um referendo sobre o plano de ajuda de 130 bilhões de euros acordado com os líderes da zona do euro na semana passada.

A convocação de um referendo popular recebeu o apoio dos integrantes do governo. A previsão que o Parlamento grego vote a realização do referendo até sexta-feira. Apesar da expectativa de que o governo consiga a aprovação do voto de confiança, alguns analistas acreditam que o grande teste no Parlamento será o projeto do referendo. Segundo a Constituição grega, o governo precisa de maioria simples no Parlamento, que tem 300 cadeira, ou seja, 151 votos. O Pasok atualmente tem 152 legisladores, mas quatro já se mostraram contra o referendo.

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