sábado, 28 de janeiro de 2012

Twitter cria sistema para censurar mensagens por país

José Antonio Lima, ÉPOCA

O Twitter anunciou na noite de quinta-feira (26), por meio de um post em seu blog, que desenvolveu uma tecnologia que permite censurar determinadas mensagens divulgadas pelo microblog (os tweets) apenas nos países onde elas são proibidas.

Segundo o Twitter, a tecnologia foi desenvolvida porque o site pretende expandir o uso de sua ferramenta pelo mundo e “vai entrar em países que têm ideias diferentes sobre a liberdade de expressão” daquelas adotadas pela empresa.

Em alguns países, como a China, onde a ferramenta é proibida, o Twitter nem vai tentar estabelecer um escritório, mas há outras legislações nacionais específicas que podem trazer problemas – o site cita a Alemanha e a França, que proíbem a veiculação de conteúdo pró-nazista.

Em sua central de ajuda, o Twitter publicou um exemplo. Se o usuário publicar um conteúdo proibido, ele será substituído por uma mensagem no seguinte modelo: “Tweet retido. Este tweet do usuário @usuario foi retido em: país. Saiba mais”. Da mesma forma, usuários também poderão ser retidos e impedidos de publicar no microblog.

A novidade tecnológica apresentada pelo Twitter levantou questões sobre até que ponto ela será usada para a censura, uma vez que o microblog se provou uma ferramenta poderosa de organização de ativistas em diversos países, como o Egito e a Rússia, por exemplo.

Reportagem da Associated Press destaca que a divulgação da nova tecnologia mostra que o Twitter enfrenta as contradições inerentes a qualquer das grandes empresas de internet, como o Google e o Facebook, que buscam expandir seus negócios por países com legislações muito diferentes entre si ao mesmo tempo em que procuram defender a base de atuação, a livre expressão dos usuários.

O que o Twitter não especificou são seus critérios para censurar conteúdo. Banir excrescências como propaganda nazista e pornografia infantil, como o microblog já fez algumas vezes, é fácil. A ferramenta só vai definir sua instância sobre a liberdade de expressão, e sobre o peso que ela tem em sua filosofia, quando for confrontada com pedidos de censura em um mercado no qual tenta expandir seus negócios.

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