Fabiane Ribeiro e Martha Beck, O Globo
Mesmo adotando medidas restritivas e fechando brechas para especulação, o Brasil continua sendo uma das poucas economias do mundo com crescimento e taxas de juros atraentes, o que limita o arsenal da equipe econômica para segurar o câmbio.
Dados do Banco Central (BC) mostram que, somente em janeiro, ingressaram no país US$ 5,4 bilhões em Investimento Estrangeiro Direto (IED), alta de 86% frente ao mesmo mês de 2011, quando entraram US$ 2,9 bilhões. Ou seja, o ingresso do que é considerado “capital bom” está contribuindo fortemente para derreter o câmbio.
Já o fluxo cambial na conta financeira (onde são registradas as entradas de dólares para operações em Bolsa e renda fixa) caiu em relação ao ano passado, mas continua positivo em US$ 10,3 bilhões até fevereiro. Por esses motivos, o governo sabe que dificilmente conseguirá segurar a forte entrada de dólares no país em 2012.
Ainda assim, a equipe econômica age em duas frentes. Segundo os técnicos, a ideia é que o BC continue reduzindo as taxas de juros para diminuir os ganhos de arbitragem dos investidores estrangeiros. Ou seja, os ganhos que a atual taxa de juros garante nas aplicações no mercado financeiro. Além disso, o governo continuará a fazer ajustes na legislação, de forma a fechar brechas para a entrada de capital especulativo.
Leia mais em Entrada de ‘capital bom’ no Brasil cresce 86% em um ano
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