Sem condições de atender à demanda, médicos da Maternidade Divino Amor, em Parnamirim, tomaram uma medida quase extrema: recorreram à polícia.
O episódio ocorreu nesse sábado (9).
Foram à Delegacia de Polícia afim de registrar a insuficiência do Hospital. A maternidade com capacidade para 6 mulheres em pré parto, permanecia com cerca de 20 mulheres à espera do parto. E sem espaço para receber as pacientes, as gestantes aguardavam à hora de dar à luz em cadeiras no corredor do hospital.
Um exemplo: Janaina Silvestre, 20 anos, chegou ao hospital às 8h e somente às 17h o hospital teve condições de examiná-la e transferi-la para o pré parto. Janaína mora em Barra do Cunhaú, que não conta com maternidade e antes de chegar a Divino Amor, na ambulância de sua cidade, passou pelas cidades de Canguaretama e São José que também não tiveram condições de realizar seu parto.
“Às vezes, as mães precisam aguardar até 12h num corredor para serem transferidas para um leito com seus bebês”, conta o obstetra do hospital, Uraquitan Lopes.
A maternidade que recebe pacientes de 45 municípios do estado e chega a realizar até 20 partos por dia, conta com apenas 3 obstetras por plantão, e 2 salas de operação.
Para a demanda nem se quer o número de enfermeiras e técnicos de enfermagem é suficiente para um atendimento adequado. Uraquitan, conta que os profissionais de plantão chegam a passar o turno inteiro sem nenhuma pausa.
“O médico não tem condições de parar, pois a fila de mulheres no corredor só aumenta e até aqui os gestores estão de olhos fechados para isso”, desabafa.
O obstetra explica que a pressão aliada ao cansaço acumulado em um plantão traz riscos aos pacientes e ao próprio profissional.
O Sindicato dos Médicos do RN esteve com representantes no hospital, ainda no sábado.
Para a próxima semana o sindicato deverá agendar reuniões com os responsáveis pela administração do hospital e Secretaria Estadual da Saúde Pública (SESAP).
Com informações do Sindicato dos Mèdicos do RN.
Nota do Blog do Carlos Santos - Esse cenário vai continuar.
Como tem ocorrido há anos, é pouco provável que melhore nos próximos meses ou anos.
Enquanto isso, nos hospitais privados, as "buchudinhas" das classes média e rica têm tratamento cinco estrelas. Possuem meios à garantia de chegada de seus filhos sem maiores percalços estruturais.
Procure saber se a filha ou nora de algum figurão da política tem filho na Maternidade Divino Amor ou outra unidade de saúde pública.
Só a ralé e o rebotalho social são jogados nessas condições desumanas.
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