Colegiado de Presidentes vai
apresentar propostas de renegociação de dívidas dos Estados com a
União
O presidente
da Assembleia Legislativa, deputado Ricardo Motta (PMN) vai hoje (3) a Brasília
participar da reunião do Colegiado de Presidentes da União Nacional dos
Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), que irá apresentar amanhã
propostas de renegociação das dívidas dos Estados a autoridades federais. Aqui
em Natal, durante a Unale, esse tema esteve em pauta na reunião de presidentes
que ocorreu durante a XVI Conferência, no mês passado.
Os encontros em Brasília são uma
iniciativa do presidente do Colegiado e da Assembleia de Minas, deputado Dinis
Pinheiro (PSDB-MG), e do presidente da Unale, deputado Joares Ponticelli
(PP-SC). As audiências com as autoridades do Governo Federal, do Congresso
Nacional e do Tribunal de Contas da União (TCU) acontecem nesta quarta-feira mas
hoje os parlamentares se reúnem para uma reunião preparatória. Entre os
convidados estão o vice-presidente do TCU, ministro Augusto Nardes, e o
ex-secretário da Receita Federal, Everardo Maciel.
A mobilização para a visita à Capital
Federal começou em 31 de maio, durante a 16ª Conferência Nacional dos
Legisladores e Legislativos Estaduais, da Unale, que aconteceu em Natal (RN),
simultaneamente a um encontro do Colegiado de Presidentes. Parlamentares e
governos estaduais argumentam que as condições de pagamento das dívidas,
firmadas em 1998, tornaram-se escorchantes com a estabilidade monetária e a
queda dos juros, que se intensificou recentemente. Os acordos firmados em 1998
preveem uma correção dos débitos pelo IGP-DI, mais juros de 6% ou 7,5%,
dependendo do Estado.
Mesmo pagando 13% da Receita Corrente
Líquida, que é o limite definido nos contratos, os Estados não vêm conseguindo
quitar nem mesmo os juros, e as dívidas se multiplicam, comprometendo a
capacidade de investimento público. os 26 Estados e o Distrito Federal, 25 são
devedores da União. Segundo dados do Balanço Geral da União (BGU), o montante
dessas dívidas subiu de 93,24 bilhões, em 1998, para R$ 350,11 bilhões em
2010.
Os principais pontos defendidos pelos
Estados para a renegociação das dívidas são a substituição do IGP-DI pelo IPCA
como índice de correção da dívida, retroativamente à data de assinatura dos
contratos; a redução do percentual máximo de comprometimento da Receita Líquida
dos Estados; e o ajuste da taxa de juros, para manter o equilíbrio econômico-
financeiro do contrato à época da assinatura. Esses itens foram definidos já em
fevereiro, na Carta de Minas, documento produzido ao final do primeiro debate
público interestadual, realizado na Assembleia mineira.
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